Rede Catedral inaugura nova era da comunicação convergente com Rádio América e TV Horizonte

Imagine uma televisão que produz conteúdo que reverbera no rádio, pulsa nas redes sociais, transforma-se em notícia nos jornais impressos e digitais, vira podcast, videocast e, ainda, abre espaço para a interação em tempo real com o público. Agora, imagine tudo isso com o suporte da inteligência artificial, aprimorando o diálogo, otimizando processos e fortalecendo a conexão entre quem produz e quem consome conteúdo. 

Essa não é uma utopia tecnológica. É o retrato de uma comunicação que se reinventa diante das novas exigências da sociedade da informação. Essa é a aposta da Rede Catedral de Comunicação, grupo da Arquidiocese de Belo Horizonte que integra duas importantes emissoras de Minas Gerais: a Rádio América (107,1 FM) e a TV Horizonte (canal 30.1 da TV digital), com transmissões ao vivo também pelo YouTube e, em breve, nas plataformas X (antigo Twitter), Facebook e Instagram. 

Fui convidada a dirigir esse projeto desafiador e transformador, que me inspira diariamente a inovar, junto a um time diverso, eclético e comprometido. Desde o início de 2025, estamos promovendo uma reestruturação profunda, planejada e progressiva, com foco na convergência de mídias. Construímos, assim, uma rede de comunicação integrada, multiplataforma e atenta aos sinais dos tempos. 

O pensamento do pesquisador Henry Jenkins, referência mundial nos estudos da cultura midiática, é um alicerce importante dessa transformação. Em Cultura da Convergência (2006), ele afirma: “a convergência representa uma mudança de paradigma – um deslocamento de conteúdo de mídia específico em direção a um conteúdo que flui por vários canais, em direção a uma elevada interdependência de sistemas de comunicação.” É isso que vivemos: o conteúdo tornou-se fluido, dinâmico, capaz de habitar múltiplos formatos sem perder coerência ou identidade. 

Estamos, portanto, diante de um processo transmidiático. Como define o próprio Jenkins, “uma narrativa transmídia se desenrola em múltiplas plataformas, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo.” Este artigo, por exemplo, integra essa lógica: nasceu como discurso interno, transformou-se em reportagem no site e agora se desdobra como conteúdo editorial para jornais e portais – uma narrativa em expansão. 

Iniciamos essa jornada de convergência em janeiro de 2025, estabelecendo uma faixa matinal unificada entre a Rádio América e a TV Horizonte. O programa Tribuna Livre (11h às 12h) marcou o início dessa nova era, seguido pelos jornalísticos Rede Notícia (12h às 13h) e Bola na Rede (13h às 14h), este com enfoque esportivo. À tarde, a convergência prossegue com o Falando de Vida (16h às 17h), reforçando nossa presença multiplataforma. 

Essa transformação ocorre em Belo Horizonte, sede de uma rádio histórica que celebra 70 anos de existência. A Rádio América nasceu no AM, formou gerações de ouvintes e, há dois anos, ganhou nova vida no dial FM. Já a TV Horizonte, com 25 anos de história, é uma emissora da Arquidiocese de Belo Horizonte que integra espiritualidade, informação, cultura e cidadania – e que já revelou profissionais hoje presentes em grandes veículos locais e nacionais. 

Mais do que uma evolução técnica, estamos diante de uma revolução cultural no modo de fazer comunicação. O desafio é claro – e exige corresponsabilidade. A convergência jornalística vai além da adoção de tecnologias: ela exige reorganização de equipes, novos fluxos produtivos, pensamento editorial integrado e sensibilidade às transformações do consumo de informação. É preciso mais do que infraestrutura: é preciso gente. Gente com talento, visão e domínio dos códigos da comunicação contemporânea. 

A convergência demanda o comprometimento de um corpo técnico qualificado, formado por profissionais que dominam os meandros do rádio, da televisão, da produção para sites e redes, da TI e da engenharia de transmissão. É preciso compreender luz, câmera e ação, saber operar os novos equipamentos, entender a estética dos ambientes e alinhar cenografia, figurino, iluminação e sonoplastia com arte e conhecimento artístico. Para isso, contamos com um time diverso e altamente comprometido: dos novos talentos que trazem frescor e inovação, aos chamados “dinossauros” da técnica, que conhecem toda a história por trás da revolução audiovisual. Afinal, tudo começou com a primeira transmissão de rádio feita por Guglielmo Marconi no fim do século XIX e seguiu com a televisão, cujas transmissões regulares começaram pela BBC em 1936. São décadas de evolução técnica e estética que desembocam, agora, em um novo tempo: o da convergência. 

Novos e respeitados profissionais, vindos de grandes emissoras de Belo Horizonte, uniram-se recentemente à equipe da Rádio América e da TV Horizonte. Eles se somam ao time já atuante, fortalecendo uma proposta que integra experiência, renovação e propósito. Esse encontro de trajetórias – marcado por excelência técnica, sensibilidade editorial e identidade católica – impulsiona o avanço de um projeto multiplataforma, que une tradição e inovação na comunicação. No rádio e na TV, nas ruas e nos estúdios, a caminhada é coletiva, e a entrega, cada vez mais comprometida com a audiência. 

Entre os destaques dessa nova fase está o Rede Notícia, com apresentação de André Santos – jornalista multiplataforma, repórter, apresentador, editor, produtor de conteúdo e narrador esportivo – e Adriana Ferreira, especialista em ancoragem jornalística e edição, que alia precisão e sensibilidade na linguagem televisiva. No esporte, Júnior Brasil, com duas décadas de trajetória na Rádio Itatiaia, comanda o Bola na Rede, trazendo análises vibrantes e consolidando a proposta de convergência. O tradicional Placar Horizonte, que por anos fez parte da programação vespertina da TV Horizonte sob o comando do jornalista Leo Ângelo, assume agora novo horário e formato integrado, ocupando com destaque o horário nobre das 19h nas grades da rádio e da TV – reafirmando sua relevância no jornalismo esportivo mineiro. 

À tarde, o comunicador Zé Carlos Piotto conduz o Falando de Vida, reafirmando sua marca como referência de audiência construída à frente do lendário A Dona da Noite na Itatiaia. E, conduzindo espiritualmente o projeto, o jovem e inovador padre Samuel Fidelis representa a confiança da Arquidiocese no futuro da comunicação católica. Esse conjunto de talentos concretiza a visão de Jenkins: convergência é uma transformação cultural. E, como destaca Carlos Alberto Zanotti (2012), nenhuma mudança estrutural acontece sem profissionais dispostos a romper com as rotinas tradicionais e dialogar com o público por múltiplas linguagens. 

Nesta jornada, buscamos mais do que formatos ou tecnologias. Procuramos a linguagem certa, o tom de voz ideal, o cenário que comunica tanto pela escuta quanto pelo olhar. Queremos orquestrar texto, som, imagem fixa e em movimento de forma fluida, coerente e adaptável aos diversos suportes. Para isso, reorganizamos a redação, integramos núcleos e redesenhamos fluxos. Somos um organismo vivo, convergente, transmidiático e colaborativo. 

A Rede Catedral de Comunicação vive uma nova era. E a vive com coragem, planejamento e paixão. A convergência que iniciamos não é apenas técnica: é editorial, humana, ética e criativa. Escolhemos ser protagonistas dessa transformação. 

E, como toda boa jornada, a nossa ainda está só começando. 

Por Ana Paula Damasceno Torres – Diretora da Rádio América e da TV Horizonte 
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