Minas Gerais saiu na frente e se tornou o primeiro estado do país a reconhecer oficialmente o cordão de identificação para pessoas com doenças raras. A medida foi sancionada por lei estadual, publicada no Diário Oficial no sábado, 19 de julho, e detalhada nesta segunda-feira (21) em uma solenidade com o secretário de Governo, Marcelo Aro, e o deputado Zé Guilherme.
O símbolo é uma fita com o desenho de mãos coloridas sobre uma silhueta humana. De uso voluntário, o cordão funciona como um alerta silencioso: identifica, sem exposição ou constrangimento, pessoas que vivem com doenças raras e podem precisar de atendimento prioritário em diferentes situações, como filas, blitz, escolas ou emergências médicas.
A iniciativa busca reduzir julgamentos e ampliar a empatia. “Quem nunca passou por isso talvez ache que é só uma fita. Mas quem já precisou explicar, no meio da pressa ou da dor, por que seu filho não pode esperar, sabe o que esse cordão representa. Ele salva vidas”, disse Marcelo Aro.
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a participação do Anthony, de 10 anos, que tem uma doença rara. Ele esteve acompanhado da mãe, Dani, que relatou como o cordão vai facilitar a rotina da família. “Agora as crianças vão ter mais visibilidade. Não vamos mais precisar andar com laudos ou justificar o que estamos vivendo”, disse.
A estimativa é que cerca de 1,5 milhão de pessoas convivam com alguma doença rara em Minas. No Brasil, são mais de 15 milhões. Muitas dessas condições não são visíveis, o que torna ainda mais importante a existência de um símbolo de reconhecimento imediato.
A nova lei não cria um novo direito de prioridade, ela reforça os direitos já garantidos. O que muda é a forma como essas pessoas são vistas e tratadas pela sociedade. O governo também anunciou que lançará campanhas educativas para que o cordão seja reconhecido em hospitais, escolas, comércios e no transporte público.
Para as famílias, é uma conquista. Para o estado, um passo importante rumo à inclusão. E para toda a sociedade, um convite à empatia e ao respeito.
Jornalista: Erlaine Grace