O anuncio oficial por parte da Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária da confirmação de um caso de gripe aviária em Minas Gerais agitou o agronegócio. Junto com a confirmação do caso, o governo mineiro decretou situação de emergência sanitária animal em edição extraordinária do Diário Oficial do Estado.
Diferentemente do que ocorreu no Rio Grande do Sul, quando os casos foram identificados dentro de granjas, em Minas a identificação da gripe aviária veio após três animais silvestres -dois gansos e um cisne negro – serem encontrados mortos, registrado em um sítio em Mateus Leme na Grande Beagá. As aves foram encontradas mortas no dia 16 de maio, recolhidos pela Prefeitura da cidade e encaminhados para exames.
Mesmo com este detalhe, o governo estadual optou pela decretação do estado de emergência. Em nota divulgada logo após a publicação do decreto, o governo do Estado justificou que a decretação do Estado de Emergência “é necessária para que Minas Gerais realize todas as ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, incluindo a eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros”.
O decreto assinado por Romeu Zema tem validade de 180 dias e estabelece que “as ações preventivas e análise de risco de novos casos serão realizadas em cooperação entre o setor público e privado, observados os princípios e as diretrizes estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária”.
Antecipação de ações
O decreto de emergência assinado por Zema não foi a primeira atitude que o governo mineiro tomou após o anúncio de casos de gripe aviária no Brasil. Assim que foi detectado a contaminação de aves em uma granja em Montenegro, no Rio Grande do Sul, o governo mineiro descartou 450 toneladas de ovos férteis, que seriam usados por granjas da região Centro-oeste para a procriação de aves. Estes ovos haviam sido enviados da cidade onde o caso foi identificado. A ação, tomada como de prevenção, foi tomada dois dias após o anúncio da descoberta dos casos de gripe aviária.
Sem prejuízo para produção
Em uma mensagem de vídeo, o governador em exercício Mateus Simões garantiu todas ações sanitárias para a não contaminação de aves de uso comercial estão sendo tomadas e tranquilizou a população ao afirmar que “não há nenhum risco de consumo de carnes de frango e ovos”. A contaminação em humanos só se dá com o contato direto com a ave infectada.
Embora Minas Gerais seja o segundo maior produtor de carne de frango e ovos do país, somente atrás do Rio Grande do Sul, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) descartou qualquer impacto negativo no mercado de frangos e ovos. Em nota enviada à Rede Catedral, a ABPA afirmou que a decretação do Estado de Emergência tem como objetivo “desburocratizar processos, e não há qualquer risco à população e aos produtos”.
