Cruzeiro homenageia Wilson Piazza

  O Cruzeiro fez uma bela homenagem ao ex-jogador Wilson Piazza, um dos grandes nomes da história do Clube. Piazza teve seu nome dado a um dos campos da Toca 1, recebeu uma placa e camisas do Clube.  Ele tem uma história marcante e vitoriosa com a camisa do Cruzeiro e da Seleção Brasileira. Entre as principais conquistas do capitão, está o Brasileiro de 1966 e a Libertadores de 1976. Já com a Seleção Canarinho, o título de Campeão do Mundo em 1970. Piazza foi titular da mais emblemática Seleção da história, a de 70, Ele era volante, mas, acabou sendo improvisado na zaga, para ser titular ao lado de Pelé e companhia.  

     Estive algumas vezes com o Piazza e ouvindo ótimas histórias e causos. Um dos deles foi quando ele estava perto de encerrar a carreira e enfrentava um problema no púbis. Na época, a medicina tinha certas limitações e a solução, mesmo que temporária, em alguns casos, era a infiltração. Essa pratica existia e era até utilizada antes dos jogos. Lembro que falo da era romântica do futebol, muito diferente do profissionalismo e os avanços do nosso tempo. Piazza foi um grande profissional e um homem de valor, ajudando os mais jovens e sendo um dos líderes dos grupos em que atuou. Ou seja, é um exemplo a ser seguido, como profissional e caráter. 

     Na decisão do Cruzeiro contra o River Plate, em 1976, a equipe mineira venceu o primeiro jogo no Mineirão, por quatro a um. Na segunda partida, na Argentina, o River ganhou por dois a um. O terceiro jogo, que definiu o campeão, foi no Chile. Partida do gol antológico de Joãozinho. Nelinho, um dos melhores cobradores de falta do mundo, perto do fim da partida, se preparava para cobrar a falta e Joãozinho, sem avisar ninguém, cobrou, pegando todo mundo de surpresa. Um golaço do “moleque” da Toca e o gol da vitória e do título.  Final: Cruzeiro 3 x 2 River.  

     Neste jogo Piazza não estava bem por conta do problema e a dor que enfrentava. Ele jogou no sacrifício e mesmo com dor, superou o primeiro tempo. Veio o intervalo e Piazza entendeu que só voltaria ao campo, se tomasse a famosa infiltração. O médico alertou sobre os graves riscos, mas o capitão disse: “mesmo se for o último jogo da minha vida, não tem problema, pois, este é o jogo’. Piazza tinha um sentimento de débito com o torcedor, por não ter conquistado a Libertadores de 1975. Logo após o gol da vitória, ele pediu para sair, para não comprometer o time, uma vez que, se o River empatasse, viria a prorrogação e o técnico não poderia fazer mais substituições. E o efeito da infiltração estava passando, ou seja, tipo o efeito da anestesia de um dentista. Piazza saiu e viu o time ser campeão do banco.  

     Dever cumprido, este o sentimento que o capitão teve. Um ídolo do torcedor do Cruzeiro e um exemplo que deveria inspirar a todos, com sua bela e vitoriosa história. A entrega, a dedicação, o “vestir a camisa”, o comprometimento e o honrar o trabalho e o torcedor. Parabéns, Piazza, você é o cara!

 Jornalista: Junior Brasil
Gostou? Compartilhe nosso conteúdo!
Facebook
Twitter
LinkedIn
Posts relacionados