Centro de BH precisa de gente: ocupação, vida e revitalização urbana

Até pouco tempo, caminhar pelos corredores do Mercado Novo era um programa perfeito para estudantes e amantes da fotografia. Os cobogós filtravam a luz do sol com maestria, compondo cenas quase cinematográficas (às vezes, com a ajuda de um felino à espreita). Hoje, ainda é possível capturar imagens belíssimas por ali, mas com uma diferença: o cenário ganhou novos elementos e muito mais vida. 

Construído para substituir o Mercado Central, missão que, de fato, nunca se concretizou, o Mercado Novo acabou assumindo outro papel, talvez ainda mais relevante: o de manter a cidade pulsando por meio da economia criativa. Tornou-se um verdadeiro case de sucesso, resposta concreta à pergunta: “Como ressignificar um espaço urbano de forma organizada, gerando renda, empregos e turismo?” 

Nosso colega Caio Brito foi até lá. Degustou sabores, desbravou cantos e ouviu histórias de quem ajuda a fazer o Mercado acontecer. O resultado está no especial “Que Que Tem? Mercado Novo”, que você pode conferir aqui. Vale a pena assistir — e mais ainda, conhecer o lugar pessoalmente. Belo Horizonte precisa, urgentemente, que mais espaços como esse sejam reocupados, especialmente na região central. 

O programa “Centro de Todo Mundo”, da Prefeitura de BH, vem em boa hora. A proposta é requalificar áreas estratégicas do Centro e, com isso, atrair gente, negócios, movimento. Estímulos para construtoras, investidores e moradores fazem parte do pacote: um caminho necessário para reanimar o coração da capital. 

Já falamos aqui, na coluna Olhar Urbano, do edifício popularmente conhecido como “Balança mas não cai”, que há anos segue fechado. O antigo Othon Palace, por exemplo, deverá abrigar apartamentos e negócios, ainda sem data definida para inauguração. 

Em maio, passou a vigorar em BH, a lei do Retrofit, este mês foi anunciado o primeiro projeto: um antigo prédio comercial, o edifício Maranhão, vai oferecer pelo menos 124 apartamentos. Essa é, sem dúvida, a direção certa.  

Mais eficaz e simbólico, do que instalar painéis de LED na Praça Sete. Ao contrário do Mercado Novo, eles não irão atrair lentes e nem pessoas.  

Jornalista: Rafael Campos  

 

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