O mês de agosto marca, em todo o Brasil, uma grande mobilização pelo fim da violência contra a mulher. Em Minas Gerais, ações concretas já foram colocadas em prática pelas forças de segurança, como parte da campanha Agosto Lilás, que tem como objetivo reforçar a prevenção, ampliar o acolhimento e garantir resposta rápida às denúncias.
Uma das principais novidades deste ano vem da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), que passa a classificar os crimes por tipo de violência. A medida foi anunciada durante o lançamento oficial da operação, na Praça Cívica da Cidade Administrativa. A ideia é aprimorar a forma como os registros são feitos para que as forças de segurança possam agir com mais eficácia e direcionar melhor as políticas públicas.
A chefe do Centro de Jornalismo Policial, Major Layla Brunnela, explicou que a nova metodologia vai permitir uma análise mais detalhada dos dados. “O policial terá acesso a uma nova plataforma que atualiza e detalha os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha. Isso garante mais precisão no atendimento e no encaminhamento da vítima”, afirma.
OPERAÇÃO AMPARO MOBILIZA DELEGACIAS EM TODO O ESTADO
Já a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) lançou a Operação Amparo, que articula o trabalho das 70 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) espalhadas pelo estado. A operação reforça a importância de uma estrutura preparada para lidar com os casos de violência de gênero, desde o primeiro acolhimento até a investigação criminal.
Durante todo o mês, a PCMG realiza visitas comunitárias, ações educativas em escolas, mutirões de atendimento e prisões de agressores com mandado em aberto. Além disso, a Delegacia Virtual também está recebendo denúncias por meio do site oficial do Governo de Minas.
A delegada-geral da PCMG, Letícia Gamboge, destaca que é preciso romper o silêncio. “Toda denúncia é fundamental. Quando uma mulher decide falar, o estado precisa estar pronto para ouvir, proteger e agir com rapidez”, diz.
QUAIS SÃO OS TIPOS DE VIOLÊNCIA RECONHECIDOS?
A Lei Maria da Penha estabelece cinco formas de violência doméstica e familiar contra a mulher:
Física – como espancamento, empurrão, tapas, chutes.
Psicológica – ameaças, humilhação, perseguição, chantagem.
Sexual – forçar relações ou impedir uso de métodos contraceptivos.
Patrimonial – destruir objetos, controlar o dinheiro da vítima.
Moral – calúnia, difamação, injúria.
O combate à violência contra a mulher passa pelo reconhecimento dessas formas de abuso e pela coragem de buscar ajuda. A denúncia pode ser feita de forma anônima. Veja onde procurar ajuda:
190 – Emergência (PMMG)
180 – Central de Atendimento à Mulher
197 – Polícia Civil (denúncia e acompanhamento de inquéritos)
www.delegaciavirtual.sids.mg.gov.br – Denúncias pela internet
Delegacias da Mulher (DEAMs) – Atendimento especializado presencial
Também é possível entrar em contato com centros de referência, defensorias públicas e o Ministério Público.
Combater a violência doméstica é um dever coletivo. O Agosto Lilás lembra que silêncio também pode ser uma forma de cumplicidade. Se você presencia ou suspeita de alguma situação de agressão, denuncie. Sua atitude pode salvar uma vida.
Compartilhe esse conteúdo e fortaleça a rede de proteção. A violência contra a mulher não tem desculpa. Tem que acabar.
Jornalista: Erlaine Grace