Quatro times do futebol brasileiro representam e representaram nosso país na primeira (e histórica) Copa do Mundo de Clubes da FIFA: Botafogo, Flamengo, Fluminense – o único vivo na competição – e Palmeiras. Os quatro foram os campeões da Libertadores nos últimos quatro anos, evidenciando um domínio no Brasil no futebol da América do Sul. A última vez que um time não-brasileiro venceu a maior competição do continente-sul-americano foi em 2018, quando o River Plate levantou a taça. Fica claro que o nosso futebol tem dominado a América do Sul. Mas a pergunta do momento é: o Brasil tem o melhor futebol do Mundo?
Antes de enfrentar times europeus no Mundial, o discurso dos torcedores brasileiros, e também da nossa mídia, era de “fugir da humilhação”, “vai perder de lavada”, “não tem como competir”. Mas muitos queimaram a língua nesta projeção, inclusive eu.
Na fase de grupos, Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo fizeram bonito. As quatro equipes brasileiras avançaram para as oitavas e duas delas lideraram seus grupos. Nos confrontos diretos entre Brasil e Europa, foram oito partidas com três derrotas (Botafogo 0 x 1 Atlético de Madrid; Flamengo 2 x 4 Bayern; e Palmeiras 1 x 2 Chelsea).
Se avaliarmos apenas os números, o horizonte é muito bonito e indica que o futebol brasileiro é melhor. Mas será que tudo pode ser baseado nisso? O futebol vai muito além de números, afinal é o esporte mais emocionante do planeta. Um jogo pode ser decidido por uma bola na trave, um gol contra na sorte (ou no azar), uma defesa histórica, uma estratégia bem pensada, e não necessariamente por conta de uma partida o time A é melhor que o time B.
O futebol brasileiro mostrou seu poder na Copa do Mundo de Clubes e isto é fato. Mas cravar que o que temos é o melhor do planeta? Estamos longe disso, há ainda muito o que melhorar, como a qualidade, o calendário, a infraestrutura, a arbitragem e principalmente a mentalidade.